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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Divulgação: Nota de manifesto da Turma de Jornalismo da Terra sobre o julgamento do assassinato de Sebastião Camargo/PR.

O principal acusado e autor do assassinato é Marcos Prochet, ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR) juntamente com Augusto Barbosa da Costa, integrante da milícia organizada e financiada pela UDR.
 A nota demonstra nossa indignação com mais um caso de impunidade dentre os conflitos agrários ocorridos no Brasil. Não podemos aceitar que este caso, assim como Eldorado dos Carajás, Corumbiara, Felisburgo,que o julgamento será em Janeiro de 2013, permaneça sob a sombra da impunidade. Por isso contamos com o apoio de vocês em garantir a divulgação desta nota e se juntem a nós neste manifesto contra a violência e opressão dos povos deste país.

Saiba mais acessando: http://www.mst.org.br/Juri-condena-fazendeiro-e-integrante-de-milicia-pelo-assassinato-de-Sem-Terra

Nota
Nós, educandos e educadas da Turma de Jornalismo da Terra da Turma Luis Gama (MST e MAB) viemos manisfestar nossa Indignação diante do julgamento do ex-presidente da União Democrática Ruralista (UDR) do Noroeste do Paraná, Marcos Prochet.
 O julgamento da morte do trabalhador Sem Terra Sebastião Camargo, assassinado no ano de 1998, por milicias privada a mando da UDR-PR, teve início na manhã desta terça-feira (27). Porém, sem a presença dos réus Marcos Prochet, ex-presidente da UDR, e de Augusto Barbosa da Costa, integrante da milícia organizada e financiada pela União Democrática. Ainda assim, é a primeira vez que um latifundiário senta no banco dos réus no estado, Teissin Tina, proprietário da fazenda foi julgado e condenado a seis anos de prisão. Em 1998, em uma ação ilegal de despejo na Fazenda Boa Sorte, ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), onde Sebastião Camargo foi morto, as investigações sobre o caso apontam Marcos Prochet como autor do disparo que matou o agricultor, numa ação que envolveu cerca de 30 pistoleiros integrantes de milícia organizada pela UDR.
 A União Democrática Ruralista (UDR) é a principal opositora dos movimentos que lutam pela terra no Brasil, nas duas ultimas décadas intensificou perseguições a lideranças e militantes do MST. É responsável pelo assassinato de lideranças camponesas em vários estados.
 A UDR durante anos acusou o MST de ser um Movimento guerrilheiro, mas é a própria UDR quem treina paramilitares, pistoleiros e milicias rural para atacar acampamentos de Sem Terra em todo Brasil. Para quem não sabe, fundadores da UDR ofereceram exílio para o ditador paraguaio Alfredo Stroesner, nos anos 80 na casa da família Caiado de Ronaldo Caiado um dos fundadores da UDR, hoje um dos principais deputados federais da bancada ruralista inimigo da Reforma Agrária. Naquele período a UDR recebia armas do ditador paraguaio.
 Manifestamos nosso repúdio onde mais uma vez, na história dos conflitos no campo permanece a impunidade, mesmo com várias provas a família da vítima não recebeu qualquer reparação. O Estado brasileiro não cumpriu sua obrigação de garantir o direito à vida de Sebastião Camargo Filho, ao não prevenir a morte da vítima e ao deixar de investigar devidamente os fatos e sancionar os responsáveis.
 Lembramos como exemplo dentre os principais julgamentos está O massacre de Eldorado do Carajás no Pará que teve repercussão mundial, pelo número de mortos, pelas circunstâncias das execuções sumárias e em função do número de policiais envolvidos como também os massacres de Curumbiara em Rondônia. E o massacre de Felisburgo em Minas Gerais, no qual foram assassinados cinco Sem-Terras, pelo fazendeiro Adriano Chafik Luedy, onde acontecerá o Juri Popular em Janeiro de 2013. E também o descaso com a situação dos Índios Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul.

 Nós, não podemos ficar calados diante de tanta impunidade no campo. Sabemos que quem gera conflitos e a impunidade no campo são os fazendeiros e proprietários do latifúndio que fazem parte de uma elite burguesa, os mesmos que mantém o modelo do Estado brasileiro nas suas esferas do Executivo, Judiciário e Legislativo, que historicamente vem investindo no fortalecimento do modelo de desenvolvimento concentrador, excludente e degradador, mantendo a opção pelo agro e hidronegócio e que promove a criminalização dos Movimentos do Campo.
 
"Para cada morte, gritaremos mais forte: Reforma Agrária Já!"
Turma Luiz Gama- Jornalismo da Terra da Universidade Federal do Ceará.
Fortaleza, Novembro de 2012

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